sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

E assim, como tudo na vida, você acostuma...

Faz um tempo que não posto. Acho que por um tempo, minha vida foi focada no meu CD4, no meus remedios, na minha vida sexual após a descoberta. Mas depois de um tempo, quando passei a usar um remedio com menos efeitos colaterais, afinal o efavirenz me deixava louca, lunatica, o novo remedio me dava olhos amarelos..Mas o que são olhos amarelos perto da loucura toda do efaviren?...Nada! Um pretinho no olho, ja disfarçava os olhos de hepatite.... Verdade seja dita, uma hora a função: remedio, medico, exame... parecem ja fazer parte, o medico, os exames, o remedio. Mas se tem uma coisa que realmente mudou e muito, foram minhas relações afetivas. Passei a viver uma especie de blindagem emocional, aprendi a ser mais "homem" para não me ferir, algumas vezes busco o sexo pelo sexo. Assim, já fui embora de motel e deixei o cara dormindo, ou preferi transar com estranhos do que com pessoas próximas. Tive algumas surpresas,um amigo de amigos que contei e não se importou ( ou ao menos disse que não), ou um namorado Ucraniano que não se importou mesmo. Depois de um tempo e de muita pesquisa eu finalmente entendi que indectavel= intransmissível, de forma que se eu não transmito nada a ninguém não me sinto na obrigatoriedade de contar. Mas a verdade dos fatos, é que quando você começa a ter mais intimidade e mais tempo com uma pessoa, logo logo, a vontade de jogar aquele latex para escanteio é grande...e ai vem o meu medo de me re-contaminar, e daí vem o preconceito do outro de se assustar.. Ja cheguei ao absurdo de ter que contar para uma menina porque a amiga dela ( vulgo minha amiga) praticamente me obrigou, sim, mesmo sendo minha miga, sendo culta e estudada, o preconceito toma conta, ele cega e machuca. De um tempo para ca, esta historia toda passou a ter um novo sentido..eu passei a dividir mais por cumplicidade do que por necessidade. Mas tambem, nunca mais namorei mais que 2 meses.. pode ser uma auto sabotagem, pode ser uma coincidência, mas não rolou. De verdade, as vezes me pergunto se eu ando evitando, pode ser, afinal, a gente acostuma...

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